sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2012!

Só estou passando aqui pra desejar a todos um feliz ano novo!

Que as "novidades" desse ano que chega não sejam somente exteriores, mas antes de dentro de nós...

E que continuemos fazendo nosso caminho com esperança!

Caminante, son tus huellas

el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.

(Antonio Machado)





sábado, 24 de dezembro de 2011

Meu cartão de Natal



E veio nascer pequenino, indefeso... que hoje nós possamos refletir sobre esse grande mistério, olhando para o presépio.

Que a contemplação do mistério da Encarnação nos leve à disposição constante de servir com amor a todos os que nos cercam, vendo em cada pessoa o Deus Menino, que precisou de todos os cuidados da Mãe para viver. E que Maria e José possam ser a nossa inspiração para concretizar essa doação total de nós mesmos a Deus e aos irmãos.

Feliz Natal!
"O anjo do Senhor Anunciou a Maria, e ela concebeu do Espírito Santo.

'Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a vossa palavra'

E o Verbo se fez carne e habitou entre nós"

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Advento: preparando(-se)

Queridos amigos,


Estamos vivendo esse período de doce espera, esse tempo de olhar para dentro de nós mesmos e pensar em tudo o que nos afasta desse Deus pleno de amor, que quis entrar na história para que nós pudéssemos alcançar a Salvação. É tempo de preparação... mais que a preparação para as festas de fim de ano, para a celebração do Natal com a família, para o período de férias, é tempo de preparar a alma para acolher aquele doce Menino, nascido em meio aos animais em uma humilde estrebaria de Belém.



Nessa preparação, é preciso passar pelo dolorido processo de assumir os nossos pecados, desde os mais graves até os pequenos vícios que permitimos que continuem fazendo parte de nossas vidas. Precisamos, ainda, renovar nosso desejo profundo de morrer para o mal, e viver intensamente a vida nova que nos foi concedida através do Batismo; precisamos assumir que não podemos viver conforme o mundo, porque já "renascemos da água e do Espírito".

Lembrar que nossa pátria é o Céu, e buscar o Reino de Deus, o encontro com o Pai.

Fazer do encontro com o Menino Jesus, nascido na noite de Natal, o estímulo para travar em nossas vidas essa contínua luta espiritual, para cultivar essa vigilância que o próprio Cristo nos pede e que o Papa Bento XVI fez questão de recordar:

“O Ano litúrgico começa com o Tempo do Advento: tempo maravilhoso no qual desperta nos corações a expectativa do retorno de Cristo e a memória da sua primeira vinda, quando se despojou da sua glória divina para assumir a nossa carne mortal.


«Vigiai!». Este é o apelo de Jesus no Evangelho de hoje. Dirige-o não só aos seus discípulos, mas a todos: «Vigiai!» (Mt 13, 37). É uma chamada saudável a recordar-nos de que a vida não tem só a dimensão terrena, mas está projectada para um «além», como uma pequena planta que germina da terra e se abre para o céu."
(Bento XVI, Angelus, 27 de novembro de 2011, primeiro domingo do Advento)


Que possamos aproveitar bem esse tempo para preparar os caminhos do nosso coração para a chegada do Senhor!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Os dragões que encontramos

* texto publicado no Mundo Alegrai-vos, Super Blog Católico em 14.11.2011


Olá, Mundo Alegrai-vos!


Queria aproveitar o artigo do mês para dar uma dica de filme que acredito que vai chegar ao Brasil ainda neste ano. There be dragons ou Encontrarás Dragones (2011), ainda sem título para o Brasil, é um filme do diretor Roland Joffé (diretor, entre outros filmes, de A Missão) que conta a história de Robert, um jornalista que recebe a incumbência de escrever um livro sobre São Josemaría Escrivá (fundador da Opus Dei). A busca por informações sobre o santo, contudo, levará Robert a retomar o contato com seu pai, Manolo, com quem não falava há vários anos, e que havia sido amigo de Josemaría na infância. A partir de então, as histórias dos diferentes personagens, entrelaçadas pelo tempo e pelo terrível cenário histórico (já que o período em que Josemaría e Manolo conviveram remonta à Guerra Civil Espanhola), vão surgindo e se comunicando, no decorrer do filme, de uma forma delicada e muito envolvente.

O que me parece mais interessante é que, no fim das contas, Encontrarás Dragões não é uma "história de santo" (inclusive porque não se propõe a ser um relato fiel dos fatos), mas a história de todos nós. E tudo começa pelo nome do filme, que se origina de uma frase que aparecia em mapas antigos, para indicar lugares desconhecidos ou perigosos, hic sunt dracones.

"Hic sunt dracones" - sem a frase, mas com o desenho...

Conforme acompanhamos a história de Roberto, Manolo e São Josemaría, percebemos que a nossa vida também é feita de territórios onde "encontraremos dragões": as tentações que querem nos desviar da Verdade, a inveja, os nossos medos... são inúmeros os dragões que encontramos no meio da aventura extraordinária que é viver, e esses encontros ocorrem com mais frequência e intensidade quando nos propomos a seguir Jesus, e assumir Deus como Aquele que dá sentido à nossa existência.

...e o cartaz do filme na versão em espanhol.
 Os dragões que acabamos encontrando ao longo de nossas vidas podem parecer, por vezes, impossíveis de enfrentar e vencer. O filme, contudo nos aponta um caminho de esperança: a experiência do perdão e da misericórdia dá à vida uma nova perspectiva, se sabemos abrir o coração ao verdadeiro Amor. Não há situação histórico-política, dificuldades na família, problemas materiais, mágoas, angústias, medos, enfim, "nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus, nosso Senhor." (Rm 8, 38-39)

Para saber mais sobre o filme: http://www.encontrarasdragones.com/ (em espanhol)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O silêncio, novamente

Entre as notícias que li hoje, chamou a minha atenção o seguinte título: "Silêncio, tema do Dia Mundial das Comunicações 2012" (a notícia está aqui). Nem preciso dizer que o tema do silêncio me interessa (quem espiou o blog há mais tempo, já me viu falando disso), sobretudo porque o sentimento de que me faz falta o silêncio tem sido algo que persiste dentro de mim nos últimos tempos, mas achei fantástica a aparente contradição entre o tema escolhido pelo Papa Bento XVI e o evento em si.

Para todos os que pensam que o conceito de comunicar, ser comunicador, não envolve o silêncio, vale pensar que a origem da palavra tem relação com comum, comunidade. Quer algo que seja mais "comum", mais provocador de comunhão, que um olhar, que um sorriso? Muitas vezes, não é necessária uma palavra para falar ao coração do outro...

Daí todo o significado da escolha do tema do Dia Mundial das Comunicações de 2012. Para o nosso mundo tão cheio de ruídos, barulhos e palavras que saem de todos os lados, como se tem esquecido o valor que tem o silêncio... Ignora-se que precisamos de silêncio para olhar para dentro, para encarar verdadeiramente a nós mesmos, nossos valores, nossas condutas. A reflexão profunda exige silêncio. Pensar e repensar a vida, o sentido das coisas, não é algo que podemos fazer se distraídos pelo que está a nossa volta (e nesse sentido, como o barulho nos distrai!).


E aí, tem palavra que comunique mais?

Em se tratando da vida cristã, o silêncio se reveste de maior importância ainda. "O silêncio é como que o porteiro da vida interior", diz São Josemaría Escrivá no ponto 281 de Caminho, e a comunicação da Boa Nova - que faz parte do ser cristão - deve surgir da vida interior do que comunica, e levar à vida interior o que recebe essa mensagem.

Ás vezes, queremos convencer os outros apenas pelas palavras; esquecemos de ganhar as almas através do silêncio. Que possamos nos inspirar em Maria, "Mestra do sacrifício escondido e silencioso" (Caminho, Ponto 509), para aprender a silenciar, para, enfim, comunicar ao mundo a beleza da Verdade mais que pelas palavras, mas através da nossa vida como um todo.


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A JMJ e a comunhão dos santos

* texto publicado no Mundo Alegrai-vos, Super Blog Católico em 14.8.2011



Olá, Mundo Alegrai-vos!



Nessa semana, o decreto sobre indulgências relativas à Jornada Mundial da Juventude (http://www.news.va/en/news/decree-of-the-apostolic-penitentiary), que começará na próxima terça-feira, me fez pensar nos inúmeros frutos que um encontro como a JMJ pode proporcionar. A determinação da Penitenciária Apostólica, de que os fiéis que não estão em Madri e não poderão participar de nenhuma celebração com o Papa podem obter indulgências, expressa que as graças que Deus opera nas Jornadas se espalham por todo o mundo! Vale aproveitar...


Nesse clima de esperança e fortalecimento de fé, o fato de estar acompanhando pela internet diversos amigos que estão em peregrinação fez-me sentir como se eu também estivesse rumo à JMJ. Mas esse sentimento é muito mais do que simplesmente um acompanhar como se acompanha o que acontece no mundo pelas notícias dos jornais: a gente se sente mesmo como se estivesse lá. A espera pela JMJ, por poder vivê-la, passa a ser uma espera nossa também.


E isso é algo lindo, porque ligado a uma realidade espiritual própria da nossa fé: a comunhão dos santos. “Uma vez que todos os crentes formam um só corpo, o bem duns é comunicado aos outros [...]. E assim, deve-se acreditar que existe uma comunhão de bens na Igreja. [...] Mas o membro mais importante é Cristo, que é a Cabeça [...]. Assim, o bem de Cristo é comunicado a todos os membros, comunicação que se faz através dos sacramentos da Igreja”, diz o Catecismo da Igreja Católica (§ 947).


Na minha opinião, o decreto da Penitenciária Apostólica vem explicitar exatamente isso: os bens espirituais que serão gerados pela Jornada não se limitam aos jovens que se encontrarão na Espanha. A Jornada é momento de graça para toda a Igreja, não apenas porque os peregrinos que lá estiveram irão retornar como novo ânimo, mas porque todos os fiéis são chamados a refletir sobre a sua fé e procurar (re)construir sua vida “enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé” (Col 2, 7).


Que essa Jornada possa ser, para todos nós, oportunidade de experimentar a comunhão dos santos, o sentir-se verdadeiramente Igreja! E que seja estímulo para que possamos “escancarar as portas para Cristo”, como já convidava o Papa João Paulo II em 1978. Não deixe de aproveitar esse momento de graça!


Gostaria de dizer a todos com insistência: abri o vosso coração a Deus, deixai-vos surpreender por Cristo! Concedei-lhe o "direito de vos falar" durante estes dias! Abri as portas da vossa liberdade ao seu amor misericordioso! (Discurso do Papa Bento XVI na festa de acolhimento dos jovens - Colônia, 18 de agosto de 2005)

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ele nos quer por inteiro!

texto publicado em 14.7.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos





Mundo Alegrai-vos,

Compartilho com vocês hoje uma breve reflexão que pude ouvir e fazer ontem na Santa Missa...

Estamos acompanhando a cada dia o Evangelho de São Mateus, em capítulos onde Jesus vai pregando a Boa Nova através de diversas parábolas. No Evangelho de ontem (13/7), Jesus não contou nenhuma parábola, mas louvou o Pai porque Ele escondeu “estas coisas aos sábios e entendidos” e as revelou “aos pequenos”. Através das parábolas, Jesus quer fazer chegar a todo aquele que reconhece sua pequenez diante de Deus o convite à conversão, o chamado ao seu seguimento, sempre respeitando a nossa liberdade: “As parábolas, de fato, por sua natureza, requerem um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade” (Bento XVI).

É interessante que, ao revelar o Reino de Deus aos pequenos, Jesus conta parábolas que envolvem realidades muito diferentes: ele fala da semeadura (Mt 13, 1-23), da colheita (Mt 13,24-30) e da pesca (Mt 13, 47-48), da mulher que prepara com o fermento a massa do pão (Mt 13,33) e do pastor e suas ovelhas (Mt 18, 12-14), atividades bem próximas do cotidiano daqueles que o ouviam, mas também fala de tesouros e pérolas preciosas (Mt 13, 44-46), de homens que constroem torres (Lc 14,28-30), de reis que se preparam para uma guerra (Lc 14, 31-32)... A conclusão do Padre sobre isso, ontem, na homilia, me tocou muito porque é extremamente atual: Deus quer fazer-se presente em todas as esferas da realidade humana!

Amigos, que não percamos jamais a consciência de que Deus nos quer por inteiro! Não tenhamos medo de levar Cristo a toda a sociedade, de defender a Verdade diante de todos. Que o Senhor possa nos ajudar a cada dia para que sejamos cristãos íntegros, inteiros, por completo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Praia

Senta na areia. Olha a praia - está vazia. No céu, aquele azul intenso, o sol irradiando liberdade.

Vê, bem ao longe, o pequeno barco que segue, como que se equilibrando no horizonte.
Deixa-te cegar por um instante com o reflexo do sol no mar, quando acompanhas as aves que riscam o céu ao mergulhar e logo voltar a voar, levando consigo raios de luz junto com os peixes que carregam.

Ouve, com atenção, o murmúrio do vento. Põe tuas mãos sobre a areia fina, tenta contar os grãos (não podes!...).

Sente o infinito que não cabe em ti.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre amizades e balanços


Sentindo a brisa fraca, que mal levantava a areia da praça, sentou-se distraidamente no balanço. Com os olhos semi-cerrados, devido aos poucos e oblíquos raios de sol que ainda resistiam à iminente chegada da noite, balançou-se de leve.

Não ligava para a pracinha quase vazia, a mente há muito andava longe dali. Pensava nos amigos que, naquele momento, não podia encontrar. Como o balanço afastava aos poucos seus pés do chão, aquelas amizades, que um dia foram de convivência quase diária, estavam, naquele momento, fora de seu alcance.

Embalou-se com força, como que empurrando para longe de si todos os abismos de espaço e de tempo, de orgulho, de medo e de silêncios que afastaram e afastavam os amigos; ganhando coragem, aproveitou o impulso e jogou-se para a frente, sem entender muito bem por quê...

Seus pés, firmes, tocavam novamente a areia fina.

terça-feira, 21 de junho de 2011

O tempo é HOJE!

texto publicado em 14.6.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos


Na qualidade de colaboradores seus, exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação. (2 Cor 6, 1-2)
 

Olá, Mundo Alegrai-vos!

Estava lendo a liturgia diária de hoje (13/6/11) e estes versículos em especial me chamaram muito a atenção...

Envolvidos na aura de pessimismo que a situação do mundo hoje inspira, muitas vezes nos desanimamos e olhamos tudo com olhos de frustração e cansaço. E, no entanto, em meio à crise moral que as sociedades hoje enfrentam, à cultura da morte, ao relativismo e a tantos outros males que afetam a nossa vida, a novidade (não tão nova) que São Paulo vem trazer é de que ela está ali, mais perto do que podemos imaginar: a graça de Deus.


É preciso dar-se conta das inúmeras graças que Deus derrama em nossas vidas. E mais – é preciso apropriar-se da graça, não deixar que ela passe em vão. De que adianta receber a graça de Deus, se nada faço com ela? Qual o sentido de esconder uma lâmpada que está acesa (cfe. Mt 5, 15)?


E para poder ”fazer valer” as graças que Deus derrama sobre todos nós precisamos, como São Paulo afirmará nos versículos seguintes a esta passagem, ser dóceis ao Espírito Santo. É isso que nos permitirá perseverar nas adversidades, porque o Paráclito é quem nos ensinará tudo aquilo que hoje talvez não compreendamos: que quem tem Deus, embora aos olhos do mundo possa parecer não ter nada, na realidade tem tudo!

Roguemos a Deus para que possamos deixar o orgulho de lado e, reconhecendo nossa pequenez, deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo. Que esse Tempo Comum, que nesta semana se inicia na liturgia da Igreja, também não passe em vão: que ele seja, como disse hoje o Pe. Demétrio Gomes (@pedemetrio), "Tempo no qual o extraordinário aparece oculto sob aparência de trivialidade". Não se esqueça - o tempo favorável é hoje, é agora!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Relatos de Roma

texto publicado em 14.5.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos


Olá, Mundo Alegrai-vos!



Hoje venho partilhar com vocês uma experiência fantástica que pude viver na Semana Santa deste ano: uma oportunidade de crescimento intelectual e espiritual em uma cidade linda, onde se respira história, arte, e fé.


Sim, falo de Roma e, é claro, do Vaticano! Tive a graça de estar ali, de 16 a 25 de abril, para participar do UNIV, um congresso para universitários de todas as áreas do conhecimento, que neste ano, reuniram-se para falar do tema “Living Freedom Decisivily” (em uma tradução livre, “Vivendo a liberdade com decisão”). Foi um momento de muito aprendizado, não só pelas palestras e pelos trabalhos apresentados, mas pela convivência com as mais diferentes culturas e pelo esforço comum de se fazer conhecer o verdadeiro sentido de liberdade, palavra tão gasta pelas pessoas, mas tão mal compreendida.

Eu (de óculos escuros) e mais algumas das meninas do grupo brasileiro na audiência com o Papa


Além disso, a vivência da Semana Santa tão pertinho da sede de nossa amada Igreja (e, em algumas celebrações, na própria Basílica de São Pedro!) foi algo inesquecível. Posso dizer que “experimentei” a Igreja: a comunhão de fieis dos mais variados lugares, de idades distintas, falando diversos idiomas, que adoram o mesmo Cristo, que se faz presente na Eucaristia. Ver, como dizia o apóstolo, “todo joelho se dobrar” diante de Jesus na Hóstia Consagrada é de arrepiar!

Isso sem falar no clima todo especial que havia na cidade em razão da proximidade da beatificação de João Paulo II: cartazes espalhados por todos os lugares lembravam frases desse querido Papa e convidavam para a cerimônia e demais atividades relativas à beatificação.

"Eu vos procurei, vós viestes até mim, e por isso vou sou grato"

Finalmente, no meu último dia de viagem, um passeio e uma proposta de reflexão: fomos ao início da Via Appia, onde fica a igreja Santa Maria Delle Piante, mais conhecida como igreja Domine Quo Vadis, em razão de episódio envolvendo São Pedro e o Senhor. Segundo a tradição, Jesus apareceu a São Pedro naquele local, quando o apóstolo pretendia, diante da perseguição aos cristãos, fugir pela Via Appia. Ao vê-lo andando na direção contrária, Pedro perguntou: Senhor, para onde vais? (Domine quo vadis, em latim). A resposta de Jesus? “Venio romam iterum crucifigi”, “Estou indo a Roma para ser crucificado novamente”.


Domine quo vadis

Que o Tempo Pascal seja momento propício para que nós pensemos para onde vai a nossa vida, após termos contemplado a Morte e Ressurreição de Jesus, com a consciência de que esse foi o preço pago pela nossa salvação. Viveremos realmente a nossa fé, em comunhão com o Papa e a Santa Igreja, ou Cristo terá que, diante de nossa covardia, entregar-se à crucifixão mais uma vez? As pedras da Via Appia nada dirão; esta resposta só nós podemos dar...


Para saber mais:
UNIV – www.univforum.org

quarta-feira, 23 de março de 2011

Poeminha


Quando a chuva se cansa do céu,
vem se esconder debaixo das árvores

As gotas fogem depressa
deslizando pelas folhas

E assim as árvores choram seus segredos
por sobre os guarda-chuvas...

terça-feira, 22 de março de 2011

Quaresma e o sentido do jejum

texto publicado em 14.3.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos

Olá, Mundo Alegrai-vos!




Mais uma vez, estamos no tempo litúrgico da Quaresma. Como sabemos, é tempo de converter-se, acertar o rumo da nossa vida para voltar (ou continuar) a caminhar em direção ao Senhor. E, apesar de vivermos a Quaresma todos os anos, a riqueza desse período e a imensa graça de Deus sempre nos permitem experimentar a descoberta de novos sentidos para as práticas características desse tempo tão especial.

 Digo isso porque acredito que todos nós sabemos ou já ouvimos dizer que a Quaresma é “tempo de penitência”. Assim, o jejum, a esmola (que pode significar a partilha não só de bens materiais, mas também a doação do nosso tempo, da nossa atenção, etc.) e a oração, que já deveriam fazer parte do nosso cotidiano, nos são propostos pela Igreja de forma ainda mais específica.


A proposta de penitência tem diversos objetivos (como já dizia São Josemaría Escrivá: Motivos para a penitência? Desagravo, reparação, petição, ação de graças; meio para progredir...; por ti, por mim, pelos outros, pela tua família, pelo teu país, pela Igreja... E mil motivos mais. [Caminho, 232]). Hoje, porém, gostaria de refletir sobre um sentido para as práticas de penitência, em especial o jejum, que particularmente me chamou a atenção neste início de Quaresma.


Negar-se a si mesmo para abandonar-se nos braços do Pai!

No carnaval, assisti a uma pregação em que foi dito algo como “não se afaste de Deus por causa das pessoas, por causa das coisas”. Até aí, tudo bem – a frase não é propriamente algo “novo”. Mas me fez pensar em quantas vezes em nossa caminhada vivemos (ou vemos outras pessoas viverem) momentos em que as atitudes de uma pessoa, ou uma situação na nossa paróquia, ou o estado de ânimo que domina o nosso movimento, parecem perturbar o nosso relacionamento com Deus. Não conseguimos nos dedicar por inteiro às atividades pastorais, não prestamos atenção direito na missa, parece que tudo vai mal...

Aí entra esse sentido lindo do jejum e das demais práticas de penitência que eu queria partilhar, uma daquelas sutilezas de Deus para conosco. A mortificação corporal quer fazer a gente entender exatamente isso: que nosso amor por Deus não pode depender do nosso conforto. Isso implica também (e isso é o que nem sempre nos damos conta) não depender de a gente se sentir bem em relação às outras pessoas com que “dividimos a estrada”.

Não estou defendendo, com isso, a passividade diante do que está errado. Certamente, em nossa vida, teremos inúmeras ocasiões em que será necessário exercermos a correção fraterna; nossos irmãos errarão, e nós também, e não poderemos deixar de agir em relação a isso, para que possamos ser uma Igreja que trabalhe cada vez mais e melhor para a glória de Deus. O que não pode ocorrer é deixarmos a vida espiritual enfraquecida porque algo “exterior” nos incomoda, e, nesse ponto, práticas como o jejum podem trazer muitos frutos.

Por fim, não custa lembrar que a prática de penitência não pode ser algo meramente externo: ela precisa refletir uma disposição interna de voltar a Deus, um arrependimento pelas nossas faltas. Isto é o principal, como ouvimos na missa da Quarta-feira de Cinzas: Rasgai o coração, e não as vestes (Jl 2, 13).


quinta-feira, 3 de março de 2011

Tempo de Oração!

texto postado em 19.02.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos

Olá, Mundo Alegrai-vos!

O livro! (http://www.quadrante.com.br/)
Passei uns dias de férias, e agora estou voltando às atividades... e algo que sempre me preocupa nessa época é a organização do tempo, principalmente do tempo para a oração (me atrapalho toda com essas mudanças de rotina!). Por isso, aproveito o texto de hoje pra dividir um trecho do livro "Tempo para Deus - guia para a vida de oração" (Jacques Phillipe), que me tocou muito porque fala especificamente sobre essa questão:

"O problema da falta de tempo

(...)
É verdade que, num mundo como o nosso, sobrecarregado de coisas por fazer, a dificuldade é real e não se pode subestimá-la. Mas é preciso compreender que o verdadeiro problema não está aí: está em saber o que é que realmente contana nossa vida.

Como diz com humor um autor contemporâneo, o pe. Descouvemont, nunca se viu alguém morrer de fome por lhe faltar tempo para comer. Sempre se encontra tempo - ou melhor, se procura! - para fazer o que se considera vital. Antes de dizer que não temos tempo para orar, comecemos por interrogar-nos sobre a nossa hierarquia de valores, sobre o que é verdadeiramente prioritário para nós.

(...)
A propósito deste problema da falta de tempo, devemos fazer um ato de fé na promessa de Jesus: Não há ninguém que tenha deixado casa, irmãos ou irmãs, mãe ou pai, filhos ou terras por causa de mim e do Evangelho, que não receba o cêntuplo já nesta vida (Mc 10, 29). É legítimo aplicar estas palavras também ao tempo: quem renuncia a quinze minutos de televisão para fazer oração receberá cem vezes mais já nesta vida; esse tempo ser-lhe-á devolvido centuplicado, não certamente em quantidade, mas em qualidade. A oração dar-me-á a graça de viver cada instante da minha vida de um modo muito mais fecundo."

Fica para nós o desafio, hoje e a cada dia, de perseverar na vida de oração, apesar dos percalços que encontramos. Se o relacionamento com Deus é algo realmente importante para nós, não dá pra dar a desculpa da falta de tempo. Afinal, como sempre diz meu pai, "tempo é uma questão de prioridade".

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Siga a Estrela!

texto postado em 14.1.2011, no Portal Católico Mundo Alegrai-vos

Olá, Mundo Alegrai-vos!

Hoje queria compartlhar com vocês uma ideia que me ocorreu quando estava na Missa de Natal.

No final da missa, a comunidade foi convidada a se aproximar do presépio, para cantar. Eu estava mais ao fundo da igreja, então acompanhei com os olhos a movimentação das pessoas em direção às imagens de Jesus, de Nossa Senhora, de São José e dos pastores. Foi então que comecei a pensar...

Os Reis Magos fizeram um viagem longa e nada fácil, seguindo a Estrela até o lugar em Belém onde estava Jesus. Hoje a Estrela já não nos leva a Belém, mas... ao sacrário! A cada missa, temos a oportunidade não de dar um presente a Jesus, mas de receber um presente d'Ele: a Sua presença real, Seu corpo, sangue, alma e divindade, unindo-se a nós.

Uma semana depois, na missa da Solenidade da Epifania, o padre falou algo que complementa muito bem essa ideia. Um pensamento que é extremamente simples, mas a que nem sempre prestamos atenção: "nós chegamos ao local para onde nos dirigimos". O Senhor nos dá diversas oportunidades de procurá-Lo, de encontrá-Lo - contudo, nós precisamos trilhar esse caminho. Se não nos dirigimos a Deus, como podemos esperar encontrá-Lo?

Neste verão, não dê desculpas pra desviar de rota: a Estrela te leva, todo domingo, a celebrar aquele Menino que nasceu em Belém, que deu a Sua vida pela nossa salvação e que hoje se dá em alimento a nós. E o mais lindo de tudo é que isso acontece a cada missa, em qualquer igreja, de qualquer lugar do mundo! Como recusar a esse convite?