quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sobre amizades e balanços


Sentindo a brisa fraca, que mal levantava a areia da praça, sentou-se distraidamente no balanço. Com os olhos semi-cerrados, devido aos poucos e oblíquos raios de sol que ainda resistiam à iminente chegada da noite, balançou-se de leve.

Não ligava para a pracinha quase vazia, a mente há muito andava longe dali. Pensava nos amigos que, naquele momento, não podia encontrar. Como o balanço afastava aos poucos seus pés do chão, aquelas amizades, que um dia foram de convivência quase diária, estavam, naquele momento, fora de seu alcance.

Embalou-se com força, como que empurrando para longe de si todos os abismos de espaço e de tempo, de orgulho, de medo e de silêncios que afastaram e afastavam os amigos; ganhando coragem, aproveitou o impulso e jogou-se para a frente, sem entender muito bem por quê...

Seus pés, firmes, tocavam novamente a areia fina.

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