segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Shhhhhhhh!

Gozado, pouco depois de começar o blog, entrei numa fase em que o que eu mais quero não é falar, mas ouvir. É tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que eu sinto que às vezes o que precisava mesmo era ficar bem quieta. Nem que fosse para tentar ouvir o silêncio (?!).

Normalmente, não tenho grandes problemas com barulho. Gosto de estudar no bar da faculdade, aquele burburinho em volta que não dá pra distinguir. Nunca prejudicou minha concentração. Mas, quando a gente tem que tomar decisões, o primeiro passo é acalmar o coração. E pra isso, é preciso, muitas vezes, não só o silêncio interior, mas o exterior também.


A rotina, porém, não permite, pelo menos por enquanto. As pessoas falam sem parar, a televisão fala sem parar, os carros, buzinas, rádios, passos, não param. O jeito então é exercitar a alma, respirar fundo, fechar os olhos... 

E bom silêncio pra vocês.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O mundo, o homem, a espera

Vivemos em um mundo onde todos estão sempre correndo. Não gostamos de esperar, seja no trânsito, seja em uma fila de loja, seja no telefone. Olho no relógio, levantamos a cabeça, olhamos em volta. Rostos preocupados, ansiosos, devolvem o olhar de quem não tem tempo a perder. Conferimos o celular, pra ver se ninguém ligou. Quando menos esperamos, percebemos a batida ritmada de um pé no chão (ops, esse pé é meu). 
O ser humano não gosta de esperar: quer tudo pra ontem, pra agora. A informação tem que ser a de agora; os planos têm que ser a curto prazo; a leitura, se não for rápida, não interessa; o mundo tem que caber em manchetes curtas, que é pra não demorar muito...

***

O ser humano é o ser da esperança, é o ser que espera. É um ser que sonha. E o que é um sonho, se não uma esperança? 
De nada adiantaria contar os dias, as horas, os minutos, que nos parecem tão preciosos no relógio que levamos no pulso (afinal, tempo é dinheiro, não é mesmo?), se contamos só por contar. Se nada esperamos, vivemos para quê?
Os sistemas mais precisos dos melhores relógios não conseguirão incutir no homem esse sentimento que nos invade de vez em quando (ou de vez em sempre), de algo que se desprende do peito e vai parar no futuro, no infinito...

Mas o nosso mundo, hoje, esse não quer saber de esperar. E se nos falta esse instante, esse momento em que emergimos entre as ondas e conseguimos puxar com força o ar fresco pra dentro dos pulmões, afundamos de vez. 
Não é à toa que a isso se chama desesperança.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

O início

"...e assim, um belo dia, acordei e resolvi: por que não ter um blog?"

Ok, não foi assim (aliás, imagino que quase nunca seja).
A verdade é que a culpa é do Twitter (por enquanto - se eu achar outros culpados, aviso). 140 caracteres é muito pouco!
Os "culpados indiretos" são outros, tenho que admitir: sempre gostei de escrever (embora goste mais ainda de ler). Tinha parado com o início da faculdade, mas a cadeira de Escrita Criativa me chamou de volta. Parei de novo, mas a gente tem tanta coisa pra dizer... falta só quem queira ouvir. 
Se não houver ninguém, sem problemas: o porquê desse diário de bordo blog não é exato nem conhecido (ou, como dizem os juristas, é incerto e não sabido) - ainda. Aliás, como diria Paulo Leminski, 
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?