quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Arqueologia

Nas pegadas das minhas botas trago as ruas de Porto Alegre...
Essa época do ano tem algo de terrivelmente maravilhoso. Novembro em Porto Alegre tem esse ar especial: a Feira do Livro exala fascínio. E logo desata em mim uma nostalgia daqueles prédios mais antigos do centro da cidade (nessas horas acho que realmente entendo Mário Quintana [ou ele me entende?]: Sinto uma dor esquisita/ Das ruas de Porto Alegre/ Onde jamais passarei...).

Lembro que teve uma época, quando eu era menor, em que eu achava o máximo a arqueologia. Egito Antigo, Roma, Grécia, civilizações pré-colombianas... tudo me interessava. Pensava em ser arqueóloga. Investigar ruínas, encontrar vestígios de como os povos viviam, conhecer novos (velhos) mundos.

Passou o tempo, fiz outras escolhas em relação a minha vida profissional, aquela vontade de descoberta, de desbravar universos, se foi, quase sumiu.

Será? Me dei conta, na semana passada, que esse sentimento não some, apenas muda. A vontade agora é desencavar desses prédios antigos do centro da cidade, das ruas, das praças, os mundos, os sonhos, os sofrimentos, as esperanças, os planos, as angústias, as confidências, das pessoas que ali estão ou já passaram.

Hoje, meu sítio arqueológico é a cidade; meus materiais de escavação, o papel, a caneta, o editor de texto do blog. E assim, vai-se reconstruindo palavra por palavra aquela civilização perdida no interior de cada um de nós.

Um comentário:

  1. Que bonito, Paulinha! xD
    Também na Feira do Livro fazemos o papel de arqueóloco, escavando balaios atrás de raridades e tesouros com o menor preço! xD

    ResponderExcluir